Estudantes nordestinos realizam jornada em defesa da infância

Mais de 140 alunos da rede pública participaram do encerramento da Caravana da Participação, na sede do MPT no Ceará

Fortaleza foi o destino final de uma jornada em defesa da infância, que teve início pelo Rio Grande do Norte, em janeiro, e mobilizou estudantes de dez estados brasileiros. Nesta quarta-feira (7), 140 alunos da rede pública da capital tiveram a chance de trocar experiências com os três adolescentes – dois cearenses e um pernambucano – que percorreram toda a região nordeste e também o Pará, na Caravana da Participação. O objetivo da iniciativa é mobilizar a juventude em ações de prevenção e combate ao trabalho precoce. 

Primeira reunião do comitê de adolescentes do Maranhão
Primeira reunião do comitê de adolescentes do Maranhão

Felipe Caetano, Dávida Albuquerque e Mário Emmanuel percorreram cerca de oito mil quilômetros em 30 dias, promovendo grupos de trabalho, oficinas e pesquisas sobre participação política e social. Só no Pará, eles se reuniram com mais de mil adolescentes. No Ceará, o roteiro incluiu os municípios de Juazeiro do Norte, Maranguape, Paracuru e a capital. Por onde passaram, eles articularam jovens e instituições para realizar, no mês de abril, um grande encontro, em Salvador. São tema dos debates questões sobre estímulo à educação, aprendizagem profissional e apoio à juventude. Para Felipe – membro do Comitê Nacional de Adolescentes e Jovens na Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil –, a luta pelo direito de crianças e adolescentes é dever de todos. “Minhas inspirações são diversas. Além dos milhões de meninos e meninas que não são ouvidos, me sinto vivo”, declara.

Coordenador regional do projeto Resgate a Infância, o procurador Antonio de Oliveira Lima destaca que a Caravana da Participação é uma iniciativa dos próprios adolescentes, em parceria com o Ministério Público do Trabalho no Ceará, por meio do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca). “O primeiro foco do projeto é assegurar e efetivar o direito à participação das crianças e adolescentes na tomada de decisões em políticas públicas, na luta contra o trabalho precoce” detalha. “Além disso, promove pesquisas sobre outras experiências nesse sentido. O MPT articula o movimento e, em razão desses atores participantes como parceiros, o tema trabalho infantil tem sido fortalecido”, acrescenta.

Ao todo, a caravana teve 30 dias de duração. No Ceará, a mobilização ocorreu entre os dias 2 a 7 de fevereiro, sendo Fortaleza a última parada. Entre as metas previstas, está a publicação de um livro com relatos dos encontros, experiências e depoimentos.

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