Assinado acordo para prevenção de assédio no judô

Documento foi pactuado entre MPT e a Confederação Brasileira de Judô e prevê canais de denúncia para apuração e punição de casos de assédio moral e sexual no esporte

Rio de Janeiro – Um passo importante foi dado, nesta sexta-feira (29), para o combate e a prevenção ao assédio sexual e moral no judô. O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) assinaram termo de cooperação técnica visando a estabelecer uma série de medidas para educar e prevenir casos de assédio na modalidade esportiva.

A assinatura do documento foi realizada na sede da confederação, no Rio de Janeiro, em reunião que contou com a presença das campeãs olímpicas Sarah Menezes e Rafaela Silva, ambas integrantes da Comissão de Atletas da CBJ. “Esse termo é de extrema importância. Traz uma segurança a mais para nós, atletas, daqui para frente. E serve para conscientizar e alertar os jovens que estão chegando”, ressaltou Sarah Menezes, primeira mulher do país a conquistar uma medalha de ouro neste esporte em jogos olímpicos (2012).

Rafaela Silva, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016, ressalta que a natureza do judô particularmente exige mais cuidados. “Prevenir é sempre muito importante. O nosso esporte é de muito contato, tanto homem com homem, quanto mulher com mulher. Por isso, talvez a gente tenha uma disciplina, uma cobrança um pouco maior de saber o nosso espaço e respeitar o espaço do outro. Acho importante essa preocupação da confederação", afirmou a atleta.

O procurador-geral do MPT, Ronaldo Fleury, assinou o termo na cerimônia e enfatizou sua relevância. “É importante que haja essa parceria com a confederação e a partir daí com federações, clubes e atletas, como Sarah e Rafaela, que são exemplos, para que a gente faça chegar a atletas, técnicos e dirigentes uma educação sobre até onde vai a reprimenda, o contato que é inerente ao técnico com os atletas", disse Fleury. Ele também destacou a importância da denúncia. “O mais importante é expor. Enquanto os casos ficarem escondidos, nenhum avanço será feito”.

Além de Fleury, também compareceram ao evento os procuradores-chefes do MPT no Rio de Janeiro, Gláucio Araújo de Oliveira e Fábio Goulart Villela. A CBJ foi representada pelos gestores Robnelson Ferreira (Executivo), Ney Wilson (Alto Rendimento), Renato Araújo (Financeiro) e Matheus Theotônio (Eventos), além do presidente Silvio Acácio, que declarou considerar a cooperação uma demonstração de comprometimento da confederação com o tema.

“A assinatura do termo de cooperação com o MPT demonstra a nossa preocupação com essa questão do assédio. Somos uma modalidade que promove, além do atleta, a formação do indivíduo, a educação. Esse termo vem fortalecer a nós como entidade preocupada em criar um esclarecimento maior aos nossos praticantes, profissionais, atletas do alto rendimento, sobre o que é assédio. Que bom que a gente encontrou na Procuradoria uma parceira para esse trabalho”, avaliou Silvio Acácio Borges.  

O documento assinado nesta sexta-feira prevê que a CBJ desenvolva canais de denúncia para a devida apuração e punição de eventuais atos de assédio moral e sexual, além da inclusão dos temas em debates com atletas, treinadores e patrocinadores, e a criação de campanhas publicitárias sobre o assunto.

A confederação falou sobre suas prioridades a partir de agora. Segundo eles, o próximo passo será a divulgação de uma cartilha com normas de conduta para técnicos, atletas e dirigentes. “A nossa intenção é dar informação ao nosso público para evitar problemas futuros e para que eles entendam o que é assédio e os limites. Vamos continuar com palestras dentro dos eventos nacionais e treinamentos de campo”, explicou Matheus Theotônio, gestor de Eventos da confederação.

O acordo tem prazo de vigência de dois anos a partir da assinatura, podendo ser prorrogado por igual período.

*Com informações da CBJ

Fonte: Ascom PGT

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