MPT, OIT e parceiros lançam campanha #TodosContraOTraficoDePessoas

Iniciativa orienta a população sobre como reconhecer e o que fazer ao se deparar com um caso de tráfico de pessoas

No Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas (30 de julho), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a ONU Brasil e parceiros lançaram a campanha “Somos Livres: todos contra o tráfico de pessoas”. A finalidade é alertar para a situação das vítimas do tráfico de pessoas no Brasil e ressaltar a importância da proteção dos seus direitos. Por ano, mais de 25 mil pessoas são vítimas desta modalidade de crime no mundo, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

A campanha lançada nas redes sociais do MPT e conta com a participação de atores e influenciadores que, por meio de suas redes sociais, irão postar fotos de apoio ao projeto. O evento de abertura será uma coletiva de imprensa dia 19 de agosto, às 10h, no Museu da Imigração, em São Paulo. Por lá, procuradores do MPT e representantes da ONU Brasil farão a apresentação da campanha #TodosContraOTráficoDePessoas e responderão a perguntas do público.

Na ocasião, será lançado também o vídeo manifesto da campanha, gravado com Ivete Sangalo. No dia 21 de agosto, às 19h, o Auditório do Ibirapuera será palco de um espetáculo teatral, exposição de fotos, exibição de vídeos e a presença dos alunos das oficinas de moda, beleza e música voltadas para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Todos os eventos serão gratuitos e abertos ao público.

Somos Livres: todos contra o tráfico de pessoas

A campanha faz parte de uma das ações do projeto nacional Todos Contra o Tráfico de Pessoas, cujo objetivo é possibilitar a inclusão social das vítimas do tráfico de pessoas por meio do acesso ao mercado de trabalho. A estratégia visa quebrar o ciclo de vulnerabilidades a que estão sujeitas as vítimas do tráfico de pessoas, uma das causas-raiz do problema. Além do MPT e da ONU, são parceiros a UNICAMP, a Cátedra Vieira de Mello, o Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó” (Nepo), a Comissão Pastoral da Terra e a ONG Somos Livres.

A iniciativa conjunta prevê a realização de debates, mostra fotográfica, organização de audiências públicas e de oficinas de troca de experiências e fundamentos, ministradas por profissionais referência em suas áreas, como o maquiador Henrique Martins e o estilista Dudu Bertholini. As turmas são compostas por pessoas em diversas situações de vulnerabilidade, como pessoas trans, migrantes e refugiados(as).

As atividades começaram em julho, com oficinas para o trabalho de auxiliar de cabeleireiro (com noções de cosmetologia, técnicas de secagem e escovação e maquiagem) e 'Crochê Criativo e Experimental'. Também como parte da programação, os participantes receberam dicas de como reutilizar peças de roupas descartadas e transformá-las em novos itens de vestuário. Na Oficina de Música e Tecnologia, eles aprenderam a lidar com equipamentos eletrônicos e softwares para mixagem.

Tráfico de pessoas

O tráfico de pessoas é crime. Consiste na comercialização de seres humanos para exploração sexual, trabalho escravo, remoção de órgãos ou partes do corpo, adoção ilegal, entre outras finalidades. Qualquer pessoa que contribua para esse fim pode ser responsabilizada, , inclusive quem alicia, recruta, transporta ou aloja vítimas. Formado por redes transnacionais e gerando lucros que alimentam economias ilegais, o tráfico vitimiza pessoas em situações socioeconômicas vulneráveis.

No Brasil, o tráfico para fins de exploração sexual ou trabalho escravo é o que concentra mais vítimas, a maioria mulheres (Ministério da Justiça, UNODC e PNUD, 2018). Em 2016, foi aprovada uma lei específica sobre o tema, que criminaliza o tráfico de pessoas cometido em território nacional contra qualquer pessoa, brasileira ou estrangeira, ou contra brasileiros no exterior. Apesar disso, assim como em outras partes do mundo, o enfrentamento ao problema esbarra na subnotificação e na insuficiência de dados confiáveis.

Globalmente, o número de vítimas aumenta a cada ano. Em 2017, as Nações Unidas lançaram a campanha Coração Azul, uma iniciativa de conscientização para lutar contra o tráfico de pessoas e seu impacto na sociedade. Coordenada pelo UNODC, a campanha encoraja a participação em massa e visa servir de inspiração para medidas que ajudem a pôr fim ao tráfico de pessoas. O símbolo do coração azul representa a tristeza das vítimas do tráfico de pessoas e nos lembra a insensibilidade daqueles que compram e vendem outros seres humanos, além de demonstrar o compromisso do azul das Nações Unidas com a luta contra um crime que viola a dignidade humana.

Para saber mais sobre a campanha das Nações Unidas “Coração Azul”, acesse www.unodc.org/blueheart/pt/ e siga o perfil @mptceara no Instagram.

 

[ Com informações da assessoria de comunicação do MPT-SP ]

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